Iepê





“Iepê nasceu por um sonho de Liberdade e uma Cultura de Paz em 23 de abril de 1923. Seus fundadores foram Francisco Severiano de Almeida (Chico Maria) e Antonio de Almeida Prado (que doou 10 alqueires de terra para que esse sonho se tornasse realidade). Nossa História é especial, inspiradora e forte, pois enfatiza o acolhimento, a inclusão social e o fim de preconceitos. É a História de ‘Uma Terra Para Todos’. Uma Terra que merece ser conhecida e respeitada”.





Arte: Tiago Nascimento

                                                                                             

IEPÊ: UMA TERRA PARA TODOS


Iepê, déc. 1940


O Sertão dos Patos, onde se localiza Iepê atualmente, era povoado desde o ano de 1917 por algumas famílias. Em 1921, a Cúria Diocesana de Botucatu adquiriu dez alqueires de terras da Companhia Brasileira de Colonização, responsável pelo loteamento das terras da região, para a fundação de um Patrimônio, que ficou conhecido como São Roque, localizado no município de Conceição do Monte Alegre, comarca de Campos Novos Paulista, nas proximidades do Córrego dos Patos.  
São Roque desenvolveu-se com o decorrer dos anos e os moradores do local sentiram a necessidade de construir uma escola, para que seus filhos recebessem educação formal. Francisco Severiano de Almeida, mais conhecido por Chico Maria, tentando solucionar o problema, procurou os dirigentes locais solicitando autorização para a construção de uma escola. Os dirigentes não aceitaram a proposta por preconceito religioso, pois Chico Maria era protestante [1] e o Patrimônio pertencia à Igreja Católica. Chico Maria, numa tentativa de conciliação, propôs que fundada a escola o professor seria católico. Mesmo assim, sua ideia não foi aceita pelos dirigentes do Patrimônio.
A situação agravou-se mais ainda quando estes mesmos dirigentes mandaram cercar o cemitério local, deixando do lado de fora da cerca as sepulturas de dois protestantes que ali estavam sepultados. D. Julia de Almeida Ramos, mãe destes [2] que ficaram do lado de fora da cerca do cemitério, doou então terras para a construção de um novo cemitério, que servisse igualmente a todos, sem distinção de qualquer espécie.
Em razão desses e outros fatos discriminatórios, não tolerados pelos moradores do Sertão dos Patos, de todas as concepções políticas e religiosas, Chico Maria procurou João Rufino Sant’Anna, um dos pioneiros da região e partilhou a ideia de fundar um novo patrimônio, onde houvesse liberdade  política e religiosa para todas as pessoas. Juntos, dirigiram-se então à casa de Antonio de Almeida Prado, sobrinho de Chico Maria, que depois de saber desses planos, doou dez alqueires de terra para a fundação do novo patrimônio.
Em resposta aos anseios daqueles sertanejos de viver em um lugar sem preconceitos, nasceu em 23 abril de 1923 o Patrimônio de Liberdade. No ano seguinte, 1924, ocorreu sem êxito a primeira tentativa de criar o Distrito de Liberdade. Somente em 29 de dezembro de 1927 [3] que Liberdade passou a ser um Distrito de Paz, sob a jurisdição do município de Conceição do Monte Alegre. Como já existia no Estado de São Paulo um outro Distrito chamado Liberdade, foi escolhido o nome Iepê, que em Tupi-Guarani significa a rigor “um” ou “lugar único” e numa tradução poética assume o sentido de “Liberdade”.
Em 5 de julho de 1935 [4], Iepê deixou de pertencer ao município de Conceição do Monte Alegre e passou à jurisdição de Rancharia. Em 5 de agosto de 1940 [5] o Distrito passou a ser constituído de duas zonas: Iepê e Alegria.
No dia 30 de novembro de 1944 [6] Iepê finalmente alcança sua emancipação político-administrativa. Esta data passou a ser comemorada a partir de 1990 [7], pois antes a comemoração era feita no dia 24 de junho [8], dia de São João Batista, o padroeiro da cidade.
A instalação do município ocorreu no dia primeiro de janeiro de 1945, com a nomeação do primeiro prefeito municipal, Dr. Agenor Roberto Barbosa. O município foi composto inicialmente por dois Distritos de Paz: Iepê e Agicê, anteriormente chamada Alegria.
No dia 02 de janeiro de 1948 tomou posse o primeiro Prefeito eleito de Iepê, o Sr. João Antonio Rodrigues e, em 30 de novembro [9] foi instalada a primeira Câmara Municipal da cidade, tendo como primeiro presidente Odilon Amâncio Taveira. Nesse mesmo ano, no dia 24 de dezembro, o Distrito de Paz de Agicê foi desmembrado de Iepê.  No dia 30 de dezembro de 1953 o Distrito de Nantes foi incorporado a Iepê, permanecendo até o ano de 1995, quando tornou-se um município.
Em 1963, foi criada a Comarca de Iepê. Contudo, como não ocorreu sua instalação, a lei de criação foi revogada em 1969. No dia 7 de junho de 1988, foi aprovada, pela segunda vez, a criação da Comarca de Iepê, instalada quatro anos mais tarde, em 1992.
Datas a parte o que interessa e deve ser constantemente relembrado é o ideal pelo qual Iepê foi fundada: a Liberdade. Mas, Liberdade de quê? Liberdade de Pensamento!, garantindo liberdade religiosa e política. Iepê poderia ter se tornado um gueto protestante e continuar alimentando os conflitos religiosos com o Patrimônio de São Roque e, provavelmente, os dois Patrimônios teriam deixado de existir. Felizmente a concepção que norteou sua fundação e possibilitou o florescimento de uma cidade foi a de uma Cultura de Paz.
A história de Iepê é especial, inspiradora e forte, pois enfatiza acolhimento, inclusão social e o fim de preconceitos. É a história de uma terra que merece ser conhecida e respeitada: “Uma Terra Para Todos”. Uma terra vermelha, da qual brotou uma cidade para todas as cores!

Nejme Maria Zakir Campeão e Paulo Fernando Zaganin Rosa
Fontes: Acervo Histórico Municipal Chico Maria, Subsídios para a História de Iepê e Relatos orais.

[1] Chico Maria pertencia à Igreja Presbiteriana

[2] Os que ficaram para fora da cerca do cemitério foram: Maximília Gonçalves, que estava grávida e faleceu vítima de sarampo e José de Almeida Prado (Quita), que faleceu aos 12 anos, em razão de problemas cardíacos

[3] Com  base na Lei Estadual n. 2254

[4] Com base no Decreto Estadual  n. 9357

[5] Através do Decreto Lei  n. 11284
[6] Através do Decreto Lei  n. 14334

[7] Por força da Lei Orgânica do Município, foi inserido o artigo n. 256, parágrafo n. 2, o dia 30 de novembro  como feriado municipal.

[8] A comemoração do dia 24 de junho como o dia da cidade foi instituída pelo prefeito municipal Álvaro Coelho, no ano de 1952, através da Lei Municipal n.  3, do dia 23 de junho de 1952. Em 1960, este mesmo prefeito ratificou a lei n. 3/52, através da lei n. 77/60, do dia 13 de julho de 1960, fixando em definitivo 24 de junho, como um feriado municipal.
[9] Através da Lei n. 233




O Nascimento da Cidade de Iepê


Iepê foi fundada em 23 de abril de 1923.
Foi uma cidade concebida por um sonho de liberdade e uma cultura de paz.
Seus fundadores foram Francisco Severiano de Almeida (Chico Maria), idealizador e Antonio de Almeida Prado, que doou dez alqueires de terra.
A cidade nasceu para ser uma "TERRA PARA TODOS" onde pessoas de todas as cores e credos tivessem respeitados seus direitos elementares de cidadania: livre manifestação religiosa e política, direito a propriedade, sepultamento e educação básica.



Chico Maria nasceu em 08/11/1877 e faleceu em 20/03/1940
Antonio de Almeida Prado nasceu em 29/01/1896 faleceu em 25/12/1960

UMA BREVE BIOGRAFIA DOS FUNDADORES DE IEPÊ:
FRANCISCO SEVERIANO DE ALMEIDA (CHICO MARIA) E
ANTONIO DE ALMEIDA PRADO


Francisco Severiano de Almeida (Chico Maria) era tio de Antonio de Almeida Prado. Chegaram à região de Iepê por volta de 1918. Eram Presbiterianos Independentes e devido às perseguições e aos preconceitos religiosos e políticos que muitos sofriam no Patrimônio de São Roque da Boa Esperança, sonharam- ao lado de outros pioneiros- com uma cidade onde imperasse a Liberdade e a Igualdade. Concretizaram esse sonho em 23 de abril de 1923 com a Fundação de Iepê, que originalmente recebeu o significativo nome de Liberdade.
Chico Maria nasceu em 8 de novembro de 1877 na cidade de Dourados/SP e era filho de José Maria de Almeida Ramos e Joaquina Maria da Conceição. Casou-se com Ana Balduína de Oliveira e foi pai de Raul, Benedita, Balduína, João, Joaquim, Ruben, Júlia, Laura e Marcília.
Durante o processo da Fundação de Iepê exerceu as funções de idealizador, articulador, mediador político e “diplomata da paz”. Valorizava a Educação, a Cultura e a Leitura e lutou desde que chegou à região para a construção de uma escola que atendesse- sem nenhuma distinção- a todas as crianças.
Entendia de medicina, tendo obtido seus conhecimentos empiricamente e através de leituras. Segundo relatos de seus contemporâneos, Chico Maria conseguia saber o sexo de uma criança ainda em gestação apenas examinando as batidas do pulso da gestante. Outro fato interessante, relatado por sua filha Dª Marcília, aconteceu no dia de seu falecimento: Chico Maria previu com bastante precisão a hora da própria morte.
Chico Maria faleceu em 20 de março de 1940, na cidade de Paraguaçu Paulista/SP onde estava hospitalizado e foi velado e sepultado em Iepê.
Antonio de Almeida Prado nasceu em Macatuba/SP no dia 29 de janeiro de 1896. Era filho de Prudenciano do Prado e Júlia de Almeida Ramos. Foi casado com Silvina de Almeida Prado e pai de Aurora Dalva, Jaci, Miriam e Maria Júlia.
Antonio de Almeida Prado foi o doador das terras (10 alqueires) para que a cidade de Iepê pudesse existir. Sempre teve como característica a Generosidade. No final de sua vida não possuía mais nenhum bem material, pois havia doado todo seu patrimônio para diversas instituições, dentre elas os terrenos para a construção do primeiro Templo da Igreja Católica (exemplo que não deixa dúvidas quanto à concepção libertária, ecumênica, pluralista e democrática da fundação de Iepê) e Escola Estadual A. A. Prado. Faleceu num dia de Natal, em 25 de dezembro de 1960, na cidade de Porto Feliz/SP após ministrar uma aula na Escola Dominical.

A frase de Chico Maria “UMA TERRA PARA TODOS” expressa os sonhos, os ideais e as lutas desses dois grandes homens que com perseverança e fé deixaram como legado além de uma cidade, um PATRIMÔNIO IMATERIAL indestrutível: a efetiva possibilidade de vencer preconceitos e pacificamente conquistar e garantir a Liberdade e a Igualdade.



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DADOS DO MUNÍCIPIO DE IEPÊ

Fundadores: Chico Maria e Antonio de Almeida Prado
Origem/significado do nome: de origem Tupi-Guarani, Iepê significa “lugar único” representando LIBERDADE.
Estado: São Paulo
Região: Sudeste
Habitantes: 7490
População geral: Predomínio da raça branca, representada em sua maioria por Paulistas e Nordestinos. É também composta por imigrantes italianos, árabes, portugueses, japoneses e espanhóis, que vieram para a região em busca de trabalho na agropecuária e no comércio.
Localização: Está localizado na parte sudoeste do Estado de São Paulo, zona fisiográfica de Assis, região de Presidente Prudente (a 10ª região administrativa do Estado) e limita-se com Rancharia, Nantes, Maracaí e com o Estado do Paraná.
Topografia: Planalto com pequenos vales (Vale do Paranapanema)
Clima: Tropical
Área do Município: 710,88 Km²
Área útil: 628,56 Km²
Área inundada: 82,32 Km²
Altitude: 480 m
Fundação: 23 de abril de 1923
Dia da Cidade: 24 de junho
Emancipação: 30 de novembro de 1944
Distância da capital: 463 Km em linha reta e 590 Km através da Rodovia Raposo Tavares
Atividades econômicas: Agricultura, pecuária, confecções, reciclagem, artesanato e laticínios.
Atrações: Clube do Laço, Clube Renascer, Praças (Pe. Francisco Xavier Penskofer, D. Silvina de Almeida Prado, Alcides Franscisco de Souza), Trailers, Lanchonetes, Paiano's Psicultura, Pesqueiro Castilho, Corredeiras do Rio Jaguaretê, Pousada Cliv Sol, Cachoeiras Águas do Sol, Represa Capivara (final do asfalto), Parque Ecológico Auriverde, Museu de Arqueologia de Iepê e Museu Histórico da Igreja Presbiteriana Independente de Iepê.
Tradições: Festas religiosas, Junina, das Nações, do Milho, Quermesses, Folia de Reis, Catira etc.
Prefeita: Rosa de Lima de Alcântara Zakir  
Vice-Prefeito: Antonio Menocci
Primeiro Prefeito nomeado: Agenor Roberto Barbosa
Primeiro Prefeito eleito pelo povo: João Antonio Rodrigues
Avenidas e Ruas principais: Avenida Paraná, Ruas São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Ceará
Igrejas: Católica Apostólica Romana, Evangelho Quadrangular, Presbiteriana Independente, Presbiteriana Renovada, Assembléia de Deus, Congregação Cristã do Brasil, Só o Senhor é Deus, Deus é Amor, Adventista do Sétimo Dia, Testemunha de Jeová.
Bancos: Bradesco, Brasil, do Povo Paulista.
Escolas: Escola Estadual Antonio de Almeida Prado, Escola Municipal de Ensino Fundamental João Antonio Rodrigues, Escola Municipal de Ensino Fundamental e Ensino Infantil Dona Juventina Zago de Oliveira.
Museus: Histórico da Igreja Presbiteriana Independente de Iepê e de Arqueologia de Iepê.
Rios Principais: Paranapanema, Jaguaretê, Capivara, Figueira, dos Patos.
Empresas: Laticínios Florescer, Corol, Joluma, COAMI, Cocal entre outras.






OS PRIMEIROS MOMENTOS DE IEPÊ




1917 – Estabelecimento de famílias no Sertão dos Patos.

1918/1923 – Formação do Patrimônio de São Roque da Boa Esperança, dirigido por católicos. / Foi cercado o Cemitério de São Roque pelos dirigentes, que deixaram para o lado de fora da cerca as sepulturas de dois protestantes. / D. Júlia de Almeida Ramos doa terras de sua propriedade para ser construído o Cemitério de Liberdade. / No dia 17 de abril de 1921, na residência do Sr. Tertuliano Machado Coutinho, na Água dos Patos foi organizada a Igreja Presbiteriana Independente de Três Coqueiros, com 74 membros maiores. / Devido aos conflitos religiosos e políticos, Chico Maria, com o apoio de muitos pioneiros, idealiza a criação de um novo Patrimônio onde houvesse liberdade e respeito a todos os credos e formas de pensamento e valorização da educação: uma Cultura de Paz.

1923 – Em resposta aos anseios daqueles sertanejos de viver em um lugar sem preconceitos, nasce em 23 abril de 1923 o Patrimônio de Liberdade, em 10 alqueires de terras, doadas por Antonio de Almeida Prado.

1924 – Começa a construção da Igreja de madeira da IPI em Liberdade, que serviu por algum tempo como escola pública.

1926 – O presbiteriano independente Antonio de Almeida Prado doa à Cúria Diocesana de Assis, um terreno de 800 metros quadrados, para a construção de uma capela católica em Liberdade, conforme escritura lavrada em Paraguaçu Paulista, no dia 25/11/1926.

1927 – Foi criado o Distrito de Paz em Liberdade, por força da Lei Estadual n. 2254, de 29 de dezembro, passando a chamar-se Distrito de Paz de Iepê.

1928 – Instalação do Distrito de Paz de Iepê. / No dia 25 de abril foi Instalado o Distrito Judiciário (Cartório), que teve no dia 27/04/1928 o primeiro registro de nascimento: Rubião, filho de Jorge Bassil Dower e Benedita Esteves de Freitas.





Déc. 1930/40 – O Distrito de Iepê passou a pertencer ao município de Sapezal, para onde foi o município de Conceição de Monte Alegre. Depois foi transferido para o município de Rancharia. / Jorge Bassil Dower, João Antonio Rodrigues e Otávio Garbosa foram os três primeiros vereadores do Distrito de Iepê, enquanto este pertencia ao município de Rancharia. Ficaram no cargo até 1937. / João Antonio Rodrigues, Francisco Severiano de Almeida e Jorge Bassil Dower foram sub-prefeitos de Iepê.

1937 – Em 22 de setembro foi criada a Paróquia São João Batista, que teve como primeiro vigário o Pe. Francisco Xavier Penzkofer.

1940 – Em 21 de julho foi inaugurado o Templo de alvenaria da Igreja Presbiteriana Independente de Iepê.

1943 – Em 24 de junho, dia do padroeiro São João Batista, foi inaugurado o Templo de alvenaria da Igreja Católica, embora não estivesse totalmente acabado.

1944 – Foi criado o município de Iepê, através do Decreto 14.334 de 30/11/1944. O primeiro prefeito nomeado para o município de Iepê foi o Dr. Agenor Roberto Barbosa.

1948 – João Antonio Rodrigues foi eleito prefeito, através de eleições diretas.

Nejme Maria Zakir Campeão e Paulo Fernando Zaganin Rosa
Fontes: Acervo Histórico Municipal Chico Maria, Subsídios para a História de Iepê e Relatos orais.




CRONOLOGIA DOS PREFEITOS DE IEPÊ

PREFEITO
MANDATO
Agenor Roberto Barbosa
01/01/1945 à 02/02/1947
João Antonio Rodrigues
03/02/1947 à 24/04/1947
Silvado de Mello
25/04/1947 à 06/11/1947
Rubens Ribeiro de Castro
07/11/1947 à 31/12/1947
João Antonio Rodrigues
02/01/1948 à 31/12/1951
Álvaro Coelho
01/01/1952 à 31/12/1955
Jorge Bassil Dower
01/01/1956 à 31/12/1959
Álvaro Coelho
01/01/1960 à 31/12/1963
Edmundo de Oliveira
01/01/1964 à 06/11/1968
Antonio Alves de Lima
07/11/1968 à 21/11/1968
Edmundo de Oliveira
22/11/1968 à 31/01/1969
Felipe Aleandro Batillani
01/02/1969 à 31/01/1973
Arlindo Barbosa
31/01/1973 à 31/01/1977
Edmundo de Oliveira
01/02/1977 à 31/01/1983
Romeu Bellon Fernandes
01/02/1983 à 31/12/1988
Manoel Batista de Pádua
01/01/1989 à 31/12/1992
Antonio Menocci
01/01/1993 à 31/12/1996
Valter Ferreira de Castilho
01/01/1997 à 31/12/2000
Valter Ferreira de Castilho
01/01/2001 à 31/12/2004
Faiad Habib Zakir
01/01/2005 à 31/05/2007
Humberto Merlin Zago
01/06/2007 à 31/12/2008
Francisco Célio de Mello
01/01/2009 à 31/12/2012

Rosa de Lima de Alcântara Zakir  (01/01/2013 à 31/12/2016)  








Dia 30/11/2012 comemoraremos a Emancipação Política de Iepê. O texto dessa semana é uma inspiração e uma homenagem a essa data. E para refletirmos, nunca esquecermos e divulgarmos: IEPÊ foi fundada para ser um lugar LIVRE, no qual reinaria uma Cultura de PAZ e ACOLHIMENTO a todos (sem discriminações) que aqui chegassem. Alicerçada nesses ideais, Iepê nasceu, portanto, para pôr um PONTO FINAL nas perseguições políticas e religiosas que existiam no povoado de São Roque e para ser UMA TERRA PARA TODOS, e essa é uma HERANÇA HISTÓRICA que não podemos deixar esquecida, mas que deve pautar nossas reflexões sobre a cidade que construímos a cada dia.


“LIBERDADE, LIBERDADE ABRE AS ASAS SOBRE NÓS E QUE A VOZ DA IGUALDADE SEJA FEITA NOSSA VOZ”

Em abril de 1923, no Brasil há 34 anos, 11 meses e alguns dias já não existia escravidão, no entanto, as mulheres não tinham conquistado o direito de votar, os “coronéis” dominavam a política através dos seus Currais Eleitorais, o voto não era secreto, uma grande parte da população era analfabeta e no ano anterior acontecera a Semana de Arte Moderna. Na Europa, ainda sob os efeitos da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), fascistas e nazistas conquistavam espaços para dominar a cena política e espalhar mundo afora preconceito, intolerância, violência e monstruosidade.
Hitler e muitos outros- tiranos ou não – se espantariam caso houvesse chegado às suas mãos um pequeno caderno no qual Antonio de Almeida Prado, um sertanejo brasileiro escrevera: “... Na área urbana serão vendidos lotes sem se cogitar das opiniões religiosas ou políticas de quem os pretender.”
Nascia mais uma cidade no Oeste Paulista e os versos do belíssimo samba-enredo de 1989 “Liberdade, Liberdade Abre as Asas Sobre Nós” da Imperatriz Leopoldinense poderiam ter sido trilha sonora para a história dessa pequena cidade nascida em 23 de abril de 1923, que teve como fundadores Antonio de Almeida Prado (que generosamente doou 10 alqueires de suas terras) e Chico Maria (articulador, mediador político e “diplomata” da paz). Muitos pioneiros sertanejos indignados e cansados das perseguições políticas e religiosas que marcavam o povoado de São Roque e incidiam brutalmente sobre os protestantes que ali viviam, sonharam com uma terra batizada de LIBERDADE e na qual a IGUALDADE fosse feita sua voz. Assim nascia IEPÊ: de um sonho de liberdade expresso em uma palavra Tupi-Guarani que poeticamente traduziu esse sentimento.
Esse nascimento foi singular e especial, pois as ideias e ideais que fecundaram e nortearam a fundação dessa cidade eram modernas e revolucionárias demais para a época, considerando que ainda hoje, em 2012, as lutas pelos direitos de inclusão social, tolerância e respeito às diversidades individuais e culturais são globais e a construção de uma Cultura de Paz não é mais uma utopia, mas uma necessidade da humanidade.
Passeando pelo tempo em que Liberdade (depois chamada Iepê) nascia, nos deparamos com uma frase de Chico Maria que sintetiza o alicerce filosófico no qual a cidade se ergueria: “UMA TERRA PARA TODOS”. Essa frase poderia ter sido ouvida e assimilada por muitos chefes de Estado da época, mas, infelizmente não foi, como a História nos mostra. “UMA TERRA PARA TODOS” grita a ideia (para quem se dispuser a ouvir) da IGUALDADE na DIFERENÇA, e o que parece ser um paradoxo insolúvel até nossos dias, foi sentido na carne e transposto por um bando de sertanejos discriminados e perseguidos que sem utilizar uma arma de fogo, plantou em 1923 não um GUETO, mas uma cidade na qual reinaria a nítida percepção que as diferenças existem e que sempre existirão e que, por isso mesmo, todos que ali vivessem teriam o direito a Igualdade, mas uma Igualdade calcada na tolerância e no respeito  às diversidades Culturais, não numa “pureza” de qualquer ordem.
Esses pioneiros plantaram em terras vermelhas do Oeste Paulista além de uma pequena cidade um PATRIMÔNIO IMATERIAL: a CONCEPÇÃO de uma TERRA PARA TODOS alicerçada na LIBERDADE e na IGUALDADE, sempre a caminho da CONSTRUÇÃO de uma real e possível CULTURA de PAZ. Iepê, portanto, não possui ouro ou prata para exportar, mas detém um valioso legado histórico-cultural encarnado em forma de cidade no Oeste Paulista.

                                                                                                                     Nê Sant'Anna

5 comentários:

  1. Estamos a procura de parentes de minha avó que chegou em Iepe em 1933. Adalgisa Gonçalves dos Santos, seu pai era agricultor vindo da Bahia e se chamava Germanos Gonçalves dos Santos. Meu avo que se casaria com minha avó em 1948 se chamava Jose Pereira da Silva. Minha vó após se casar passou a assinar Adalgisa Pereira da Silva. é muito importante para nós encontrarmos alguém que possa nos ajudar. Minha avó tem uma historia interessante. Era católica e em 1950 , 1954 se batizou na igreja evangélica em Maracai, foi deserdada e expulsa da cidade por meu avo Germano. Deixou vários irmãos e cunhados em Iepe. Alguns deles Antônio Gonçalves dos Santos, Ana , Anésia, João. Se alguém ler e se interessar. Meu nome Angela, tel 18 - 3221-7585 e mail angelavborges@uol.com.br

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  2. Meu avo teve sitio em iepe bairro jagarete familia braz se alguem tiver mais informação sobre essa familia

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  3. Se alguem conhece alguem com esse sobrenome em iepe meu email brazwandelei@gmail.com

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  4. Olá,
    Poste sua historia no facebook, na página PROTESTE IEPÊ, quem sabe será mais fácil encontrar.

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  5. Meu nome é Eliseu Castilho naice em iepê devo ter muitos parentes aí saudedes

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